quinta-feira, 15 de março de 2012

Aspargos pra ver e comer...



Quase não posso pensar no que leva alguém a não amar aspargos. Seu sabor refinado encanta Europa, França...e Bahia! Mas, hoje, não discuto gostos. 


Alexandre Dumas, sempre ele, conta no Grande dicionário de culinária uma história deliciosa sobre o aspargo: 


Fontenelle gostava muito de aspargos, sobretudo no azeite. Ao receber para jantar o abade Terrasson - que, ao contrário, gostava de comê-los na manteiga -, disse a este último que fazia grande sacrifício ao lhe ceder metade de seu prato de aspargos, e ordenou que preparassem essa metade na manteiga. Pouco antes de se dirigirem à mesa, o abade sentiu-se mal e teve uma apoplexia. Fontenelle levantou-se então precipitadamente da mesa e correu para a cozinha, gritando: "Tudo no azeite, agora tudo no azeite!..."

Pode ser que eu esteja insistindo em sopas quando os comensais e leitores querem saladas, mas arrisco mais esta: sopa princesa, a potage princesse do chef André Guillot. Por sua delicadeza.


Para 4 pessoas: raspe os aspargos, amarre-os em pequenos molhos, e cozinhe-os em água ligeiramente salgada, por uns 18 minutos.
Numa panela grande, junte 3 copos da água de cozimento dos aspargos com um copo de caldo de legumes. Reserve as pontas dos aspargos. Bata o restante no liquidificador com uns 2 pães dormidos. Cozinhe por uns 10 minutos. Bata tudo junto no liquidificador. Passe por uma peneira fina. 
Junte as pontas dos aspargos e umas duas colheres de creme de leite fresco. Verifique o sal. Junte uma rodada do moinho de pimenta, a seu gosto, e sirva.


Nota: Nenhum tempero forte deve ser adicionado, pois obnubilaria a luz sutil do Asparagus officinalis. E, por fim, sinceramente, suprimir o creme não é crime. Depois, avancem! Parece que a noblesse oblige.




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