terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Chegou a hora do acarajé



A Bahia nos deu o acarajé, o abará... e muito axé! Acarajé e abará (a versão cozida), perfeita comida africana trazida pelos negros para saudar os santos do candomblé. Comida-oferenda. E daí a prato cotidiano dos baianos foi um passo.


Como o acarajé é comida de orixá, não pode faltar no tabuleiro de nenhuma baiana... Meu tabuleiro é carioca, aculturado, mas também tem! Faço a versão original do bolinho, só que com recheio vegetariano, sem camarão seco, e um vinagrete esperto na pimenta. Fica ótimo! 


O acarajé pode - e deve - ser usado para abrir os caminhos, trazer força e coragem. O momento é propício. 2012 está aí!!!


Vamos, pois, às caçarolas...O feijão-fradinho é posto de molho em água fria, de véspera. 


No dia seguinte, jogo a água fora, esfrego os grãos num pano limpo pra liberá-los das cascas, transformando-os em massa no processador ou moedor, com 2 cebolas cruas e sal.


Dessa massa, formo as quenelles (sim, desculpe o termo, mas bolinhos formados com duas colheres são quenelles), e frito-as em azeite-de-dendê diluído em um pouco de azeite de oliva. Só pra suavizar, não temam: nem chegam a perder o sotaque.


Como manda a tradição, ofereço os primeiros acarajés para o santo. E continuo a fritar, na mistura dos dois azeites. 




Abro os bolinhos, um a um, coroando suas fendas com um vinagrete feito com pimenta malagueta e coentro, tomate picadinho, um pouquinho de salsa, sal, azeite de oliva, limão. 


Uma delícia! E, com todo o respeito, quitute pra santo nenhum botar defeito.


Axé! Saudado assim, que 2012 seja um bom ano para todos, com paz, saúde e alegrias. 



domingo, 18 de dezembro de 2011

Bolo de mel ou de Noël?



Noël, digo, Papai Noel rima com pão de mel, que rima com bolo de mel-de-cana da Ilha da Madeira, que rima com pain d'épices, o famoso e delicioso pão de especiarias [ver post de 18/05/11].




Hoje vamos pra cozinha fazer pão de mel. Preparar hoje o pão de amanhã ou depois. Bendito, sempre. O pão de mel da minha mãe.


Sigo, estritamente, a receita: levo ao fogo 1/2 kg de açúcar mascavo com 1/2 litro d'água para fazer uma calda rala. Deixo esfriar. 


No liquidificador, bato 1 xícara de leite com 1 xícara de mel e 4 ovos, mais a calda já fria. 


Peneiro os ingredientes secos: 1/2 kg de farinha de trigo, 1 colher de chá de  canela em pó, 2 colheres de sopa de cacau em pó, 1 colher de sopa de bicarbonato.


Despejo o conteúdo do liquidificador numa tigela e vou juntando os secos...batendo até que formem uma mistura homogênea. Sem bater demais.


Levo ao forno por uns 40 minutos, numa forma grande. Testo o ponto com a ponta de uma faca. Se sair limpa... Deixo esfriar um pouco, desenformo. Cubro com chocolate meio amargo derretido em banho-maria. Fica muito bom!!! 


Gosto de fazer em forminhas individuais, e aí adapto o tempo do forno na proporção do tamanho das formas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Saladas: vivas!



Queremos sempre o melhor, em tudo. Entre outras coisas, buscamos comer as melhores saladas do mundo. As mais frescas, as mais saudáveis, as mais nutritivas. Saladas que valem até por um bifinho. Sem ofensa.


Saladas feitas de um mix de folhas e queijo, seja de cabra, búfala, ovelha ou vaca, para quem não é vegan ou ideológica e geneticamente avesso ao leite e seus derivados, é um prato completo. E combinam também (ou tão bem?) com frutas: figo, maçã, pera, mamão verde, manga, uva, cereja. As combinações são infinitas e muitas vezes surpreendentes.


A de laranjas com cebola roxa e azeitonas pretas é deliciosa, e é de uma simplicidade quase constrangedora. 


A de folhas com maçã verde e queijo de cabra, vinagrete de amora...bom, essa depende do tipo queijo, da qualidade do azeite, do sabor da geléia de amoras que lhe serve de base...Mas não é sempre assim?


Sem esquecer as saladas de grãos, absolutas. A de couscous, a de triguilho, a de quinoa, em todas as versões, com frutas secas ou frescas, ervas, infusões.


O fundamental é não se desprezar a boa composição da salada e o esmero com que se faz a mistura dos ingredientes. Lembrar que os gestos são para a salada, não para a platéia. 


Os mais atirados que se jogam  em todas as propostas com doses generosas de entrega, assim como os mais comedidos, desconfiados de cada passo, todos estão convidados a experimentar o dom da mescla.  


As folhas estão lavadas, frescas, crocantes? Quem tem um secador de folhas sabe o valor de uma invenção! Quem não tem, paciência, vai enxugando num pano de prato limpo as folhas escolhidas, atento ao mix de cores, texturas e sabores. Não há nada pior do que salada molhada!







Feita a mescla de folhas, a gente faz o vinagrete: umas 3 colheres de vinagre, 9 colheres de bom azeite, pitada de sal, pimenta-do-reino moída na hora, o básico. E pra dar uma graça à salada, faz-se um "chèvre d'amour". Explico: queijo de cabra fresco batido com suco de beterraba. Fica uma consistência de creme chantilly, rosa, espetacular! 





Arrisque-se, sempre. Se beterraba não é a sua raiz, nem cabra é seu queijo predileto, inspire-se nessa mistura e crie a sua. Só não vale optar pela monotonia. Não agora, que estamos todos dentro de um acelerador de partículas.