São de sal, as madeleines de hoje. Comi algumas, na França, já faz algum tempo, e achei-as deliciosas.
A invenção não é minha, mas me alegro com a ideia. Afinal, não são essas transposições as grandes novidades apresentadas pelos grandes chefs do momento? Revisitar clássicos, desmontar patrimônios da gastronomia e apresentá-los sob nova forma, como garotinhos que desmontam rádios, computadores, bonecos?
É verdade, também, que nem sempre a nova versão é tão boa quanto a original, mas vale o risco. No caso das madeleines, o resultado não desaponta.
O desafio é fazer combinações novas, encontrar pares harmoniosos, mas continuar apostando nos consagrados.
Provei três sabores de madeleines: tomate seco e parmesão, tapenade de azeitonas pretas, queijo de cabra com mel e alecrim. Fica interessante como aperitivo ou para servir com uma salada de folhas.
A massa pode ser como a dos cakes salgados, também uma onda francesa. A ela acrescentamos os sabores, as ervas, o queijo. Para a de tomate, por exemplo: para 2 ovos, 100g de farinha de trigo, 100g de tomates secos, 50g de parmesão, 1/4 xícara de azeite, sal e pimenta a gosto, e uma colher de chá de fermento.
Unte as forminhas com manteiga, polvilhe com farinha, e asse por 13 minutos. Sirva com uma salada verde, simples, só as folhas e um vinagrete. Novidade que substitui a velha dupla quiche&salada.
Investimento também sem risco são os financiers de manjericão e pignoli, assados quase na hora de servir. À massa básica dos cakes, adiciono o sabor escolhido: pode ser 1/2 xícara de pignoli tostados, triturados grosseiramente, e manjericão pilado com sal.
As variações ficam por conta do seu poder criativo. E aquisitivo, por que não dizer? Se queijo de cabra bom está fora de cogitação, vamos partir para um queijo curado, produto nacional de boa qualidade; as castanhas-do-Pará substituem muito bem os pignoli, as amêndoas...Digamos que seria o novo chique: o bom gosto ao alcance de todos. Na moda já não é assim?